Esta é a hora das fadas. É meia-noite e quarenta e três e cá em casa já todos dormem.
Estão todos a descansar e a carregar baterias para um novo dia que vai nascer. Os lanches estão preparados, a mesa do pequeno-almoço também e os meus amores dormem, descansam, retemperam-se. Está tudo bem.
É nesta altura que as fadas se dignam, finalmente, a dedicar algum tempo a si próprias. Porque, aparentemente, não há assim nada de urgente para fazer. Bem, haver há, mas vai ficar para amanhã, porque agora, finalmente, depois de todos, é a nossa vez. Não é sempre, não é todos os dias, mas é nesses dias, nessa hora das fadas, que elas se dedicam a si. Escrevem, lêem, deitam-se a descansar acordadas, falam com as outras fadas amigas, respondem a emails, lá se distraem e ainda confirmam uma festa (de um dos filhos) e anotam mais um “to do” que ficou na gaveta, porque ainda não era a nossa hora.
As fadas são assim, ficam para o fim. Mas são felizes assim. Nem sabem ser de outro modo. Nem querem. Depois, andam exaustas, cansadas, a suspirar por aquele dia, por aquelas férias, por aquele bocadinho de descanso. Uma fada amiga minha, contava sempre que a sua fada ia ao supermercado trazia o que todos mais gostavam e no fim ainda ouvia: não acredito que não me trouxeste aqueles iogurtes. Aqueles sabes? E para ela o que trazia? Nada! Não chegava a sua vez! Mas as fadas lá sorriem sempre no final, com o seu enorme coração onde cabem os desejos e projetos de todos.
Essas fadas chamam-se mães. Aquelas que só de dizer o nome já fica tudo bem, aquelas com quem reclamamos a toda a hora, a quem dizemos as verdades todas, a quem exigimos quase a perfeição, mas a quem amamos incondicionalmente.
Vivam as Fadas, vivam as mães! E que elas sejam capazes de encontrar a hora das fadas mais vezes, que, na verdade, nada mais é, do que tempo para si próprias, just this!
Pocahontas
Fadas do lar ❤
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